quinta-feira, 12 de junho de 2008

UM PEDAÇO DA CHINA NO BRASIL

O chinês Wangyuan Lin na sua loja do Mercadão de Jacarepaguá

O famoso "Ruanzinho" com a sua amiga brasileira Ana mendes

Apesar do trabalho cansativo, Lin nunca perde o sorriso


Os primeiros chineses vieram para o Brasil com o intuito de desenvolver o cultivo do chá em São Paulo e trabalhar na implantação de ferrovia no Rio de Janeiro. Mas o grande fluxo desses imigrantes chineses ocorreu mesmo a partir da década de 50. Os principais motivos que levavam à migração desses chineses foram as guerras que estavam ocorrendo na China e a falta de alimentos no país.
Os chineses sofreram muito com a vinda para o Brasil, pois na cultura chinesa daquela época. Quem deixasse seu país perdia sua tradição e o direito de enterrar a família. Os principais problemas enfrentados pelos imigrantes mais antigos foram a dificuldade em aprender o nosso idioma e de conseguir emprego.
Hoje vivem no Brasil cerca de 200 mil chineses e descendentes. Eles começaram a formar associações e trabalhar em comércios pequenos. Depois fundaram sociedades em pequenos negócios, como as famosas pastelarias chinesas.
O chinês Wangyuan Lin, famoso “Ruanzinho” do Mercadão de Jacarepaguá, veio morar há três anos no Brasil em busca de melhores condições de vida. Já trabalhou em pastelaria, mas atualmente resolveu investir em uma loja que vende artigos para festas no Mercadão. “O trabalho aqui é cansativo, mas a alegria do povo brasileiro me contagia”, comenta Wangyuan com o seu português enrolado.
Quando chegou ao Brasil, casou-se com Ximene, sua atual mulher. Hoje o casal aguarda ansiosamente o primeiro filho. “Ele tem que parecer com a mãe, mas meus amigos brasileiros dizem que não tem jeito, afinal todos os chineses têm a mesma cara”, brinca Ruanzinho.
Lin diz que fez bastante amizade no Brasil, mas que morre de saudade dos amigos, principalmente do pai, que segundo ele, é o seu melhor amigo. “Meu pai está muito doente, mas diz que eu tenho que ficar aqui em busca dos meus sonhos. E como ele é um ótimo conselheiro, vou seguir. Se eu tivesse dinheiro voltaria, só para dar um abraço nele e agradecer tudo que ele fez por mim”, se emociona.
Muito espontâneo e alegre, tem cliente e funcionário do Mercadão que só aparecem na loja para falar com ele. “Ruanzinho é muito engraçado, e o seu português é hilário. Quando não tem cliente na loja em que eu trabalho, corro para cá”, explica Ana Mendes, vendedora do mercado.
Esse jovem trabalhador, de 28 anos, enfrentou dificuldade financeira e emocional aqui no Brasil. Sente saudade da família, dos costumes da China. Mas um dos maiores problemas foi a língua portuguesa. “Falar o português, nossa é muito difícil. Vocês brasileiros acham o chinês complicado, mas vai tentar aprender o português”, conta aos risos.

Nenhum comentário: